Às vezes tão implacável, por vezs é ele quem ajuda a diminuir a nossa dor. Mas no momento é ele quem me enfraquece, de certa forma. Após uma pancada forte - a morte de meu pai - eu consegui levantar, ainda que cambaleante. O cotidiano tão agitado e o apoio incondicional dos amigos acabaram por amenizar a dor.
No fundo, essa dor só foi adiada.
Pouco tempo depois, outra pancada. Mais leve que a 1a, a princípio - afinal doença não dá em poste e a gente vai tratando com muito otimismo... Porém... essa segunda pancada foi a 1a de uma série. A cada dia, por ter que em manter "forte", uma parte de mim meio que congela. A rigidez toma conta do corpo - às vezes em forma de dor física - e porque não dizer, do espírito. E eu tenho medo. Medo dessa aparente rigidez, tão necessária nesse momento,mas que pode mesmo ser uma camada fina de gelo que esconde um (quem sabe)perigoso lago...Mas que perigos esse lago esconde???? O que está escondido em mim debaixo dessa fina e necessária camada de gelo??
Só o TEMPO, sempre ele, dirá...
