domingo, 28 de março de 2010

Hoje vi uma matéria no Fantástico(coisa rar,isso, diga-se de passagem),que tratava dos homens que aderiram a chapinha e também sucumbiram as escovas inteligentes, progressivas e afins... O âncora da matéria era o Serginho, ex BBB...até aí td bem - já que ele fez até o Michel descobrir como é boa a sensação do cabelo muito liso... Vamos combinar q pra mim o cabelo de Michel tava no jeito, mas ele tava tão maravilhado com o apetrecho que, fazer o quê????
Minha surpresa se deu quando engravatados, bombados, enfim... homens de tipos variados estavam se submetendo aquela tortura da "festa do estica e puxa"...Não sei quanto ao resto da população, mas tive a sensação de ter hibernado alguns anos... e quando acordei dei de cara com essa novidade...Não deu pra fazer cara de paisagem não...fiquei imaginando o que seria acordar com uma criatura pedindo a sua prancha pois a dele tá com defeito...
Com o passar do tempo, pudemos acompanhar várias mudanças / adaptações em relação ao conceito do "como agir" em relação a homens e mulheres... Mulheres têm que ser heroínas (cuidar,trabalhar, malhar, amar,se atualizar, estudar...enfim...). Os homens, alguns, compreenderam a complexidade da jornada feminina... mas grande parte ainda continua recebendo educação que os faz repetir os comportamentos que nós tanto reprovamos... Ok, vamos flexibilizar, mas...
Meninas, essas versões masculinas da Barbie que aparecem por aí,vcs encaram ou fazem cara de paisagem???
meninos...ainda preferem os cortes tradicionais ou se renderam ao balanço dos cabelos quimicamente tratados?????

Bem vindos e bem vindas...

Título curioso esse não? CARA DE PAISAGEM nada mais é do que aquele ar de desentendido que todos nós já fizemos na vida quando achamos melhor não sermos vistos... quando percebemos a gravidade de uma situação mas decidimos por bem fingir que o mundo não está desabando...
Pode ser aquele que a gente vê diariamente quando entram grávidas, idosos e portadores de necessidades especiais de qualquer espécie em coletivos e todo mundo olha pro lado oposto... Ou ainda quando estamos diante de um "bafão" daqueles mas não queremos que "respingue" nada na gente, então saímos de fininho com aquele ar de contemplação de bela paisagem... Pode sim ser um artifício para se livrar de situações cômicas, embaraçosas... Mas pode ser péssimo se fazemos esse ar de desentendidos para coisas realmente importantes... Como assim? O texto a seguir ilustra bem o lado ruim dessa cara de paisagem... Mas haverá muitos (mesmo) textos ilustrando a parte engraçada disso tudo...VAMOS LÁ...

" O frio que vem de dentro "

Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam.
Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.
O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, raciocinou consigo mesmo: "aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro". E guardou-a protegendo-a dos olhares dos demais. O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou: "eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso", nem pensar.
O terceiro homem era negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático: "é bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado.
O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Este pensou: "esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) Para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido. "esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos". Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente apagou.
No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: "o frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro".
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Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você. Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam. Não permita que as brasas da esperança se apaguem nem que a fogueira do otimismo vire cinzas. Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida onde quer que você esteja.


Desejo à você uma Ótima Semana.