quinta-feira, 25 de agosto de 2011

         A vida : uma caixinha de surpresas. Somos sempre cheios de certezas,sempre orgulhosos de nossas escolhas, da nossa "maturidade"...E e bem nessa hora que a vida vem com suas novidades pra cima da gente. Ela, tão dona de si, independente, segura, amante do R&B e do samba, de repente se vê com um show hardcore na agenda.
         Ele, sistemático,sisudo, acostumado com a rotina, de poucas cores no guarda roupa,amante do rock,MPB e musica clássica, de repente se vê numa tradicional e animada roda de samba... O que eles tem em comum????
         A certeza de que, em algum momento da vida, a gente tem que se permitir. Tem que experimentar. E assim viver novas historias. Pois a vida e isso, um processo eterno de aprendizado e ajustes. Se você se imagina pronto, completamente maduro, 100% seguro de quem você eh...acaba perdendo as surpresas do caminho...
         Você ate existe... mas nem de longe da pra dizer que você, de fato, VIVE.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ESCOLHAS...

          Durante essa semana, falei muito sobre escolhas. É claro que nem tudo acontece do jeito que a gente planeja, imagina ou espera. Mas tem coisas que a gente pode evitar. E tantas outras que a gente pode se permitir.
          Por exemplo, ao invés de só lamentar por tudo aquilo que não deu certo, podemos mudar a estratégia e tentar mais uma vez. Por que não trocar o domingo solitário em frente a TV (ou computador, ou algo que o valha) por um bate papo descontraído com os amigos? Para que viver lamentando por aquilo que você não tem agora? Experimente aproveitar tudo o que você tem. Mais do que isso, aprenda a ser feliz com tudo e todos que estão ao seu redor.
          Ao invés de choramingar, lamentar por algo ou alguém que você tanto espera - e que talvez esteja demorando horrores a chegar - aproveite a beleza do caminho e viva quantos bons momentos forem possíveis até o momento tão esperado.
          Insatisfação constante é tédio. Lá na frente, quando você fizer um balanço de tudo, tomara que haja uma infinidade de coisas boas em sua trajetória. Eu até podia lamentar até sabe Deus quando, mas ESCOLHI viver (ao menos tentar) bons momentos sempre que possível.
          Até quando? Só Deus sabe, de repente depois de tanta escuridão, a luz esteja se apresentando aos poucos... E talvez esteja a caminho uma bela manhã ensolarada... Mesmo que de vez em quando o tempo feche, lembre-se que até a chuva tem uma finalidade. Enfim, VOCÊ ESCOLHE  o que fazer com seus dias. ESTÁ EM SUAS MÃOS...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

" O frio que vem de dentro " 
Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver. 

O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, raciocinou consigo mesmo: "aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro". E guardou-a protegendo-a dos olhares dos demais. 
O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou: "eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso", nem pensar. 
O terceiro homem era negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático: "é bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado. 
O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Este pensou: "esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."
 O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) Para pensar em ser útil. 
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido. "esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos". Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente apagou. No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. 
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: "o frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro". Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você. Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam. Não permita que as brasas da esperança se apaguem nem que a fogueira do otimismo vire cinzas. Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida onde quer que você esteja. 

             Ontem, aproveitando o cansaço, dormi cedo (quer dizer, meia-noite) e achei por bem não ficar mergulhada no que representava a data de ontem. Já se passaram 4 meses desde que minha mãe se foi. Na verdade, sempre senti como se fosse mais tempo.
              Somente ontem entendi que essa sensação se deve ao fato de que ela, a personificação da animação e do gosto pela rua, havia desistido de viver bem antes da partida. E que eu, ainda que inconscientemente, bloqueei esse tipo de lembrança … A imagem que tenho da minha mãe é risonha, animada, planejando ou executando algo... E é essa a imagem que deve permanecer. Mesmo que a lágrima venha em função da saudade, um sorriso vem junto lembrando de alguma passagem engraçada ou de muita alegria.
             Graças a Deus, a lucidez se faz presente e a tristeza não tomou conta de mim, embora ainda não consiga mexer em certos objetos, e o quarto em que ela dormia ainda seja a parte da casa em que raramente entro. Mas volto a sentir-me confortável na casa que agora é TODA minha.
Antes, o vazio físico e a tristeza faziam este espaço parecer aquelas mansões dos “gangstas”, tipo 12 quartos, 8 banheiros, não sei quantas salas... Volto a ter a dimensão real da casa, mais que isso, volto a pertencer ao espaço. E a adequar-me a nova situação, da melhor forma possível. É fundamental citar que quando não se está sozinho, tudo é mais fácil. E não falo só de sozinha em termos de relacionamento. Falo de todo o suporte que tive, tenho e terei pois vivo cercada de pessoas as quais tornaram-se família.
          Aliado a tudo isso, ainda há uma série de novidades que a vida vem apresentando (e quem me conhece sabe que a minha vida é uma novela das mais animadas) e diante das quais não reajo com medo, tampouco resistência. Vou vivendo o melhor de tudo, com tudo a que tenho direito. Aliás, tenho especialmente o direito de relaxar. A mente e o coração, tão sacrificados ultimamente.