sábado, 28 de abril de 2012

Se expor faz parte, mas... ( continuando)

         Fui convocada a dar meu pitaco sobre o dueto de Valesca Popozuda e Mr. Catra.
  Bem, partindo do histórico dos protagonistas, nem precisava ter ouvido a música pra saber qual seria o teor da canção...
         O que eu acho é o seguinte: existem duas coisas muitíssimo importantes quando se fala de vida privada. INTIMIDADE  e SUTILEZA quando se está em público. Estamos em 2012 e tá todo mundo se vendendo como atleta sexual por aí. A diferença é que eles foram mais escrachados. Como aliás, são sempre, sendo que antes eram separadamente.
        Vejo muita gente chocada tipo "Oh...isso não é coisa que se diga!!!! Meu Deus, o que é isso!!!"
         Se dentro do seu quarto você é mesmo uma máquina de prazer, feliz do(a) seu (sua) parceiro(a). Se vocês não tem pudores, que delícia. Mas meu povo, sabe aquela história do "uma lady na mesa, uma louca na cama" ? Acho preciosa.
        Nada contra músicas que falem de amor ou sexo. Mas acho que esse assunto, entre amigos/amigas, até pode ser tratado com um pouco mais de pimenta, mas nada que se compare a um roteiro de filme/novela de tantos pormenores.
         O negócio vai ser esse povo que se acha a Furacão 2000 portátil (os desprovidos de fone de ouvido, propositalmente) ouvindo essa pérola do cancioneiro brasileiro em ônibus, metro, seja lá o que for em alto e bom som. Será um Deus nos acuda. 
        Enfim , entra na história da exposição comentada anteriormente. Chama a atenção, tem retorno em termos de mídia, a tal dupla deve estar com a agenda lotadíssima; mas sei lá... As coisas não tem mais um limite sociável.
        Fico pensando no filho dessa sujeita. Mas isso já seria outro post...

Se expor faz parte... mas até que ponto...

        Essa semana,( aliás, tem até mais que isso, mas não vem ao caso) dois temas foram dominantes: a tal Panicat que teve o cabelo raspado em rede nacional, e o pagodinho LITERALMENTE mela cueca de Valesca e Catra. (esse será em outro post).
      Comecemos pela Panicat. Sabemos que brasileiras tem um apego  a cabelo quase doentio. Lembro-me de quando tirei um implante (naquele tempo não se chamava megahair nem alongamento) e todo mundo dizia "você é maluca!!!! sabe que cabelo é tudo!!!! homem gosta de cabelo!!!!". O mais curioso é que tirei o cabelo que não era meu por natureza, praticamente raspei e lembro que a primeira vez que saí careca fiz o maior sucesso. Óbvio, eu tinha uns 20 anos. Mas ficou provado que tem muita gente com gosto diferente. E digo mais: meu ibope sempre foi maior quando usei o cabelo mais curto. E quando aumentei as madeixas, foi sim uma época de vacas magras.
         Então... essa carequice da tal Panicat não foi gratuita. Premeditada, eu diria. Ainda que renda um ensaio aqui, um edital ali - até que dê pra amarrar alguma coisa ali vai tempo. O problema é até que ponto essas meninas estão dispostas a ir pra garantir o emprego(???). Dizem que ali nem se ganha tanto, mas o retorno que a exposição dá é imenso. 
   Mas depois de jogar todo aquele investimento fora  - porque cabelo bonito é investimento - o que mais o povo do Pânico vai fazer em rede nacional??? E se as que estão lá não fizerem, vai ter um bando de loucas prontinhas pra assumir o lugar e ter seus minutinhos de fama. O que abre a temporada de bizarrices sem limites em troca da exposição na mídia. 
        Fama (pra quem procura) é legal... se bem que prefiro o reconhecimento, mas aí é outro papo. Mas pra obter essa fama...tenho medo do que virá. Temos o controle remoto, ok. Mas temos um monte de doidivanas dispostas a qualquer momento Jackass pra alavancar ibope e alimentar essa indústria do showbizz tão ávida por manchetes sensacionalistas que estampem suas capas e vendam horrores.
  Enfim precisamos de idéias SENSACIONAIS na televisão brasileira. Porque de SENSACIONALISTAS...Já tá bom à beça...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Zelo...ciúme...posse...descontrole...

         Essa semana a questão do ciúme foi uma constante em conversas, televisão. Vi o caso de uma menina , desse tipo que com 14 anos já se acha adulta - e cuja mãe meio que incentiva - na TV fazendo relato do namorado que a agrediu. Aliás, o rapaz fez um estrago, chutou, arrancou cabelo, sequestrou, quebrou, enfim...
         Entre os vários relatos sobre ciúme que ouvi, todos  concordam num ponto: o que a gente vê como cuidado no começo (ou zelo), chega ao ciúme e daí a mulher, muitas vezes, acha "bonitinho". O problema é que se você vai alimentando, esse "ciúme" vira posse.
         Digamos que o zelo seja a o bebê... o ciúme a criança e a posse o adulto. Se você o alimenta com muitos "nutrientes", a tendência é o desenvolvimento a passos largos. E o que começa como um pequeno cuidado vira obsessão.
         Voltando ao caso apresentando na TV, a menina hoje tem 18 anos. Ela diz que ele começou muito gentil, muito amoroso, com o tempo foi mudando, foi "se instalando" e quando ela se deu conta, deixou de viver como ela queria. E passou a viver a vida dele,os projetos dele. E ele, vendo que a estratégia funcionava, foi impondo limites em roupas, vestimentas, amizades... Até a hora que ela acordou pra vida. Ele não reagiu tão cordialmente e o resultado é a agressão anteriormente descrita.
         Não quero dizer aqui que toda pessoa ciumenta é uma agressora em potencial. Eu sou ciumenta. E nunca agredi ninguém. Mas é uma questão de estarmos atentos(as) a forma com a qual lidamos com isso. Se estamos alimentando demais e incentivando a intensidade como quem cria um pitbull (e de repente, nós mesmos sermos atingidos) ... ou se procuraremos um caminho mais trabalhoso, mais longo certamente, porém mais saudável que é o do diálogo.
        Enfim, pra mim o que difere o que chamamos de zelo para atitudes descontroladas "justificadas" pelo sentimento de posse nunca é resultado de UMA ação que desagrada o outro. De um jeito ou de outro, nos é mostrado o quanto perigoso esse jogo pode ser. Depende de nós não começar a achar qualquer cena de ciúme "tããããão bunitinha"... Está nas nossas mãos deixarmos claro que estamos naquela relação porque queremos, e não criarmos situações para que o outro demonstre o quanto nos ama.
         Até porque se a gente acha que amor só pode ser demostrado através de reações intempestivas, somos tão doentes quanto aquele que a gente tenta fazer chegar ao descontrole. E daí, sem chances de reclamar se as consequências forem desmedidas.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Os feriados...e como eles me afetam.


     Pra todas as pessoas, Páscoa e chocolate tem tudo a ver. Aqui em casa sempre foi diferente. Pra mim, Páscoa sempre teve tudo a ver com peixe. Nada contra o chocolate, mas quem me conhece sabe o quanto gosto. E sabe também que eu e meu pai éramos feito gatos.
         Disputávamos até o último pedaço. Ano após ano, Páscoa após Páscoa. Quando meu pai se foi, era na segunda que antecedia a 6a feira  Santa. Não que eu não tivesse acreditado que ele tinha partido. Mas lembro-me como se fosse hoje, de ir a casa de uma amiga muito querida na 6a feira antes do jantar. No almoço comi apenas um pedaço pequeno, segurando as lágrimas por causa da minha mãe. 
     Ao voltar da casa dessa amiga, e ao perceber que todo o peixe que deixei continuava lá - quando o normal era não ter sobrado nada caso o outro "gato" estivesse vivo - simplesmente desabei. Desde que minha mãe adoeceu, não se prepara peixe nessa casa.
      Esse ano, nenhum dos dois está mais neste plano. E como a vida continua, tomei coragem e fui eu mesma temperar o peixe.
Se vai ficar bom, não sei. Se o processo foi doloroso, DEMAIS. Mas é esse um dos meus pratos prediletos. E o peixe, temperado por mim ou não, continua sendo algo que eu adoro. 
        Amanhã, ao  invés da disputa pelo peixe, das risadas em função de uns vinhos a mais, a certeza de que eu tô seguindo o caminho que eles gostariam que eu seguisse. Não tentando me esquivar de lembranças, atos e tudo o que fez e faz parte da minha história e de meus hábitos.
     Até porque se esquivar de lembranças é impossível. Basta me olhar no espelho e ver que "o meu olho parece um aparelho de quem sempre me olhou e protegeu", como já cantava João Nogueira.
        FELIZ PÁSCOA.