segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Amor tem medida?



Eu pouco assisto séries mas quando uma consegue me prender, não perco o foco nem na respiração do figurante. E foi o que aconteceu com Dupla Identidade.
Não vou me detalhar na atuação primorosa de Bruno Gagliasso nem no roteiro e direção impecáveis. Mas o que me prendeu mesmo foi a personagem de Débora Falabella. Quem já assistiu a série certamente conhece alguém semelhante. Ou até já viveu algo parecido.
Mulher na faixa dos 30, com uma filha de uma relação anterior, profissionalmente resolvida, sem morar com os pais...até aí vai tudo muito bem. Mas a questão é que ela conhece aqueles olhos encantadores de Gagliasso e se encanta instantaneamente.
E da desconfiança à certeza de que a fada madrinha a abençoou, foi um pulo. A ponto de ela abrir a vida, a casa pra ele sem se dar conta de que ele era um completo mistério.
Mas ela se apega a esse momento “de sorte” de uma tal forma que em uma semana ela já não sabe mais como seria sua vida sem ele.
Oi??????
Como assim????
Não sei se você que lê achou essas linhas absurdas ou se deu um sorriso maroto tipo “hmmmm, isso já me aconteceu...”. Não importa, mas se seu sorriso foi maroto quer dizer que você superou.
Agora, o que me assusta é que a personagem se mete em apuros num grau que a cegueira tomou conta e ela prefere fingir que não entende a perceber que seu conto de fadas tá acabando...
Se isso é amor, não sei. Não sou muito boa pra falar de sentimentos. Mas nesse caso, o que muitas mulheres chamam de amor sem medida me parece falta de amor próprio.
Se apaixonar loucamente não é pecado. Achar que você não é completa sem alguém que acabou de entrar na sua vida, aí sim...é um problemão. Pois se você não se ama com qualidades e defeitos, como vai conseguir mostrar seus encantos a alguém?



terça-feira, 14 de outubro de 2014

VIAJAR...



Esse tem sido tema recorrente em conversas recentes. Ainda que não o tenha feito com a frequência que gostaria.
De qualquer forma, visitar outras paisagens é válido, sempre.
Fico muito chateada quando vejo o povo atravessando oceanos, ficando loucos nas lojas e deixando de lado um monte de descobertas; fora a chance de sair da rotina.
Não adianta viajar pra ver TV, pra dormir, pra comprar telefone mais barato (exceto se esse for o propósito da viagem, estritamente comercial ) - e deixar de ver outras realidades, outra cultura , outros sabores... enfim, levar não só o corpo pra passear. E sim dar um descanso para a alma. Tirar férias de si mesmo.
Ando carecida disso. Nem precisa ser para tão longe (aliás, há dois anos tive férias de mim mesma que foram algo além do excepcional...Minha alma passeou horrores... Saudades...).
Fazer coisas pela 1a vez. Ter novidades para contar. Divertir-se tanto a ponto de esquecer a hora, o dia, as redes sociais...
Acabamos por esquecer que “o que se leva da vida é a vida que se leva”. Não os likes do Facebook. O que importa mesmo é escrever belos capítulos em nossa história.

Muito mais que causar “recalque”, precisamos mesmo viver momentos inesquecíveis que nos causem suspiros na posteridade. Isso sim.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

AH...AS DATAS..



A minha percepção de que o Dia dos Pais se aproximava ocorreu quando, na última quinta-feira, parei para assistir um programa de TV.
Neste programa , por sinal, um dos personagens era o responsável por fazer meu pai dormir um pouco mais tarde , por ser o seu predileto.
Quando meu pai se foi, assisti-lo novamente foi bem complicado. E depois acostumei, mas nunca mais tinha gargalhado como antes. Até a última quinta.
O programa como um todo foi mais engraçado que de costume. E esse personagem me fez rir como antigamente. Porém, o riso não durou muito pois a falta da outra risada doeu. Muito.
E por mais que a gente tente não se render aos apelos consumistas da mídia, essa overdose de lembranças de tudo o que você não pode mais fazer por conta dessa partida é massacrante.
Só agora me dei conta que nunca havia escrito sobre o Dia dos Pais. E acho que, de forma geral, não vou conseguir teorizar sobre o assunto.
Domingo será o dia de querer que o dia acabe. Ou, se meu humor mudar até lá, de ouvir Barry White e Djavan até enjoar.

Lembrando que para aqueles que nos são caros, todo dia é dia. Talvez por isso o fim da quinta tenha sido muito mais doloroso do que a falta do almoço de dia dos pais que não vai acontecer. 


sábado, 19 de julho de 2014

SOBRE O DIA DO AMIGO...(que é todo dia...a vida toda...)

AMIGO

Quando penso em amigos, me vem à mente aquela associação entre a vida e uma estação de trem.
Pessoas que chegam em nossa vida e ficam por pouco tempo. Outros que chegam depois e ficam conosco por uma boa parte do trajeto.
Há até mesmo os que pegam o trem por engano; achando que levaria a outros caminhos. E acabam descendo logo depois pois suas expectativas não foram atendidas, ou por não estarem preparados para ,pelo menos, curtir o passeio.
Há também os que entram “por acaso”, meio sem compromisso, e se tornam verdadeiros companheiros de jornada.
Há os que vem como amigos da família, e cuja companhia continuamos desfrutando por mais longa que seja a viagem – e que confirmam a teoria de que existem laços construídos com o tempo.
Mais que laços de sangue, são encontros de alma.
Independentemente da duração da viagem, todos eles deixam sua marca. Todos nos ensinam algo; ainda que seja a não ser como eles.
O que importa é que existem os que são de verdade. Que nos auxiliam, que nos fazem crescer. Que não nos deixam experimentar solidão, conseguem extrair um sorriso quando temos vontade de chorar.
Que são testemunhas oculares de nossos maiores fracassos e das nossas maiores glórias. E que lembram dos nossos micos e nos fazem valorizar o “upgrade” que a gente deu na vida...
Deus abençoe a todos os meus companheiros de jornada; inclusive os que por uma razão ou outra desceram do trem. Por opção, para cumprir outro propósito que a eles estava reservado (sem esquecer dos que não estão mais nesse plano...)
Muito obrigada aos companheiros de riso e de lágrima , de suco ou de chopp, de bagunça ou glamour, de festa e funeral, de estudo/trabalho e de sereno.

Obrigada aos que seguem na jornada...obrigada por serem presença.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

EM BUSCA DAS CURTIDAS VIRTUAIS...


Muitos não conseguem mais curtir a vida real. Como exemplo, as pessoas que tem trocentos seguidores na rede social e tem deles um pouco de atenção, mas que não consegue curtir nem ser curtida num encontro entre amigos.
Quando estamos sempre preocupados com o que os seguidores vão pensar,  deixamos escapar aqueles que nos seguem na alegria e na tristeza. Aqueles que não precisam de Instagram pra saber o que você adora comer; nem mesmo de Facebook pra saber que sua última grande viagem não necessariamente envolveu a ida ao aeroporto...
Sei lá...tenho pensado muito nisso nos últimos dias... quem eu curto e me curte são as mesmas pessoas há um bom tempo. E as que conheci há menos tempo também estão nessa vida; de saber que o melhor da vida a gente faz fora do Facebook.
Melhor que 3 dúzias de “kkkkkkkk” são as gargalhadas sonoras em conjunto. Melhor que o emoticon do abraço no Zap Zap ou BBM é o abraço dado pessoalmente.
Mais legal que os zilhões de caracteres digitados, é o elo que se estabelece com aqueles que são importantes para você e a tecnologia ajuda a manter por perto...
Mas viver pra impressionar quem não importa?

Não tenho tempo pra isso...

terça-feira, 13 de maio de 2014

Sobre o 13 de maio...


Confesso que me bate um certo cansaço ver a população negra do Brasil cheia de orgulho da história que mal conhece em certas datas. E fazendo absolutamente nada para escrever algo diferente do que vem sendo registrado pelas mãos do opressor.
Ainda somos maioria absoluta nas favelas, nas cadeias, no baixo nível de escolaridade, nos bares, nas cracolândias, nas vielas...
E muitas vezes não nos fazemos representar em espaços culturais. Somos minoria nos museus, em viagens nacionais ou não, universidades, cargos de nível médio e superior...
Existe sim uma dívida histórica, inquestionável. Mas não dá pra esperar que a sociedade vá fazer essa reparação de bom grado.
Os que entrarem no serviço público por meio de cotas, certamente terão que mostrar mais competência que toda a equipe.
E ainda assim, sabe Deus quando é que poderemos visualizar esse aumento de afrodescendentes na área pública.
Tomara mesmo que muitos se animem com essa reparação e garantam seu lugar ao sol, cientes que não será nada fácil.
Torço mesmo para que as revistas brasileiras deixem de parecer publicações europeias (já repararam que editoriais de moda e qualquer propaganda nesse sentido só mostram modelos do sul do país?).
Gostaria demais de me reconhecer numa novela, de não me surpreender por ver um negro ganhando destaque. Da mesma forma que numericamente somos quase metade e a mistura já é a característica da nossa população, deveríamos estar representados em todo veículo de comunicação.

Mas para isso, como já disse Candeia há uns bons anos... é preciso que deixemos de ser reis apenas no Carnaval...ou futebol...

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Justiça para quem?

Não vou me deter, não agora, na história horrenda da morte do menino Bernardo. O que me chocou muito nesse circo de horrores foi o fato de a Justiça Brasileira só atender aos interesses daqueles que nela trabalham. 
Ou daqueles que desrespeitam os direitos alheios.
Gostaria muito de saber qual a justificativa dos representantes do Ministério Público perante a omissão com o bem estar e sobrevivência do falecido.
Havia muitos antecedentes que já seriam suficientes para comprovar que essa criança precisaria de ajuda. Era óbvio que ele morava numa casa mas não tinha um lar. Vivia com o pai, mas estava longe de ter uma família, biológica pelo menos.
E ainda assim era descrito como uma criança amorosa, mas que demonstrou sua carência incontáveis vezes. E , mesmo procurando o Ministério Público - o que não é uma atitude comum para uma criança - recebeu a negligência como resposta.
Tenho certeza que se esse menino de 11 anos tivesse atirado em alguém, o MP faria o possível para que ele fosse assistido. 
Se bem que... a julgar pelas pessoas que o cercavam - que deveriam prezar pela saúde mental e física alheia - pode ser que as excelentíssimas autoridades que lá trabalham concluíram que o dinheiro é a cura para todos os males.
Deus queira que eles nunca venham a faltar para seus filhos, especialmente os menores. Tomara que eles tenham parado pra pensar, ao menos por uma noite em claro, como seria se os filhos deles fossem ignorados dessa forma.


quarta-feira, 9 de abril de 2014

“Eu não mereço...”



Toda essa discussão sobre não merecer ser estuprada me fez lembrar que muitos homens são estúpidos de origem, não importa a condição.
Há 20 anos atrás, eu usava aquele uniforme de normalista. Minha saia nem era curta. E mesmo que fosse, não teria a plaquinha de “goze aqui”. De qualquer forma, o que importa dizer é que não fazia a menor diferença para os doentes quem usava aquele uniforme.
Bastava entrar com aquela roupa em um coletivo, e via-se um grupo de homens olhando como uma alcatéia ao visualizar uma boa presa. Aquele olhar faminto de homens de todas as idades, tipos físicos, profissões dava medo. Muitas vezes, nojo.
Ouvi , em quatro anos estudando no Carmela Dutra, incontáveis relatos de colegas que deram agulhada em homens, pisaram no pé, empurraram, enfim...fizeram o diabo pra se livrar desses imundos. Não esqueço do dia em que presenciei uma colega de classe entrar na escola aos prantos, desesperada, por conta de um demente que gozou na perna dela.
Eu achei que esse tempo tinha passado. Mas eis que em pleno 2014, quando a mulher tem muito mais liberdade pra fazer o que quer de ser corpo; e que é mais fácil para ambos saciar seus desejos – eis que a galera da caverna sai do recinto e acha que a gente deve ter orgulho de ser alvo desses imundos.

Parece que quanto mais o tempo passa e a gente tem avanços na questão dos clichês, vem uma onda de imbecilidade para questionar e convencer meia dúzia que o tempo da hipocrisia era melhor. 

domingo, 23 de março de 2014

SOMOS TÃO JOVENS...



Hoje vi um trecho do programa do Roberto Justus que me fez gostar dele...
Não sei bem se falava de periferia ou de ostentação, pois só vi o final. Só sei que ele se dispôs a ouvir o que os jovens da tal periferia tinham em mente sobre o futuro.
Eu torci para que eles surpreendessem, e pelo visto o próprio Justus também. Foi muito nítido o desapontamento do apresentador quando TODOS os jovens deixaram claro que não tinham nem uma profissão em mente.
O mais legal disso tudo foi que o Justus expressou esse descontentamento, explicando que gostaria que eles se mostrassem mais preparados para a vida. E mais, nem foi num tom pejorativo.
Mas ainda que fosse; ele estaria certo.
Um dos jovens entrevistados, disse que insistiu para que a mãe lhe desse uma calça de R$2.000,00. Detalhe...o sujeito não trabalha e nem mencionou estudar, pelo menos.
O futuro do Brasil nas mãos de uma galera que gosta de ostentar, mas que exceto pela música, futebol ou crime, não pensa em suar a camisa para melhorar de vida...

Estamos ferrados.

domingo, 9 de março de 2014

É uma cilada, Bino!!!



A insegurança e os recentes problemas com a coleta de lixo na cidade do Rio de Janeiro, fizeram com que se estabelecesse um saudosismo coletivo. Claro, muito justificado pelo descaramento de prefeito e governador que vendem a cidade como se fosse um modelo de organização e competência administrativa.
Nesse contexto, aqueles grupos que enxergam na desgraça alheia uma oportunidade de tirar vantagem, estão se organizando para disseminar o caos e fortalecer nas pessoas o desejo de voltar no tempo. Mais especificamente um tempo em que seria impraticável escrever textos como esse.
E o povo (sempre ele) ouve o galo cantar, confia na localização exibida na rede social, lê fragmentos e já acha que pode opinar. Mais que isso, vai disseminando o desespero por aí sem ler nas entrelinhas...

Minha gente, nem tudo é APENAS o que parece... como já dizia o personagem daquele seriado global...É UMA CILADA, BINO!!!!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Relacionamento x acomodação



Relacionamentos são tema de discussões constantes, por uma razão ou outra. Mas especialmente dessa vez, o que gerou questionamento foi o fato de muitas histórias cuja durabilidade está pautada na acomodação, serem vistas como relacionamento.
Pois se um não provoca, não altera,não agrega valor na vida do outro, isso não é relação. São duas pessoas com medo de sair da zona de conforto. Com medo de se arriscar em uma nova história. Com medo de ficar sozinho por um tempo.
E será que é mesmo tão confortável uma vida que não nos tira o fôlego às vezes? Será que o “estar acostumado a” é mesmo natural , ainda que o tempo mostre que não há encanto ou vantagem nessa vida?

Será que compensa se anular, e por muitas vezes se violentar em nome dessa (pseudo) tranquilidade?

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A SINHAZINHA E O AEROPORTO...



Vi nas redes sociais uma professora doutora cheia dos titulos, mas que mostrou que o pensamento escravocrata não só existe, mas ainda EXISTE.
Desde que a sujeita praticamente relaciona o aeroporto a casa grande e a rodoviaria a senzala – mostrando repulsa aos supostamente menos abastados – fica claro que muitas pessoas ainda acham que são mais dignas que as outras.
Julgando um homem pelas roupas que vestia, a tal professora fez comentários dignos de Caco Antibes. O que ela não sabia é que o “sr. Rodoviária” em questão é um promotor.

O que ela vai fazer com os comentários dirigidos ao profissional do Direito eu não sei. Mas eu, no lugar dele, espalharia vários prints do comentário infeliz pela cidade. E, claro, ia procurar todas as possibilidades de incriminar essa pessoa tão culta, e ao mesmo tempo tão ignorante...

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Aniversário


E lá vou eu pra mais uma etapa. Mais um ano e uma nova idade, na verdade menos um ano. E por ser menos um, quero de presente saúde, discernimento e sabedoria.  Cada vez mais, entender que meus braços não são tão longos e não me permitem abraçar o mundo...
Se bem que nem por isso deixarei de me comover com fatos e pessoas  . Mas desejo não esquecer que certas coisas não dependem de mim. Saber que posso ajudar ouvindo ou até com uma palavra amiga - mas jamais poderei aprender ou entender por outra pessoa.
Às vésperas dos 35, só posso agradecer por tudo o que aprendi nos 34 anteriores. Cada riso, cada lágrima,  cada bola fora e loucura que deu certo, cada aprendizado... tudo isso colaborou pra que eu fosse esse mix de chatice, deboche, alegria e .  .  . Ah, vcs vão dizer no meu niver.
Que venha o novo ciclo...