quarta-feira, 21 de maio de 2014

EM BUSCA DAS CURTIDAS VIRTUAIS...


Muitos não conseguem mais curtir a vida real. Como exemplo, as pessoas que tem trocentos seguidores na rede social e tem deles um pouco de atenção, mas que não consegue curtir nem ser curtida num encontro entre amigos.
Quando estamos sempre preocupados com o que os seguidores vão pensar,  deixamos escapar aqueles que nos seguem na alegria e na tristeza. Aqueles que não precisam de Instagram pra saber o que você adora comer; nem mesmo de Facebook pra saber que sua última grande viagem não necessariamente envolveu a ida ao aeroporto...
Sei lá...tenho pensado muito nisso nos últimos dias... quem eu curto e me curte são as mesmas pessoas há um bom tempo. E as que conheci há menos tempo também estão nessa vida; de saber que o melhor da vida a gente faz fora do Facebook.
Melhor que 3 dúzias de “kkkkkkkk” são as gargalhadas sonoras em conjunto. Melhor que o emoticon do abraço no Zap Zap ou BBM é o abraço dado pessoalmente.
Mais legal que os zilhões de caracteres digitados, é o elo que se estabelece com aqueles que são importantes para você e a tecnologia ajuda a manter por perto...
Mas viver pra impressionar quem não importa?

Não tenho tempo pra isso...

terça-feira, 13 de maio de 2014

Sobre o 13 de maio...


Confesso que me bate um certo cansaço ver a população negra do Brasil cheia de orgulho da história que mal conhece em certas datas. E fazendo absolutamente nada para escrever algo diferente do que vem sendo registrado pelas mãos do opressor.
Ainda somos maioria absoluta nas favelas, nas cadeias, no baixo nível de escolaridade, nos bares, nas cracolândias, nas vielas...
E muitas vezes não nos fazemos representar em espaços culturais. Somos minoria nos museus, em viagens nacionais ou não, universidades, cargos de nível médio e superior...
Existe sim uma dívida histórica, inquestionável. Mas não dá pra esperar que a sociedade vá fazer essa reparação de bom grado.
Os que entrarem no serviço público por meio de cotas, certamente terão que mostrar mais competência que toda a equipe.
E ainda assim, sabe Deus quando é que poderemos visualizar esse aumento de afrodescendentes na área pública.
Tomara mesmo que muitos se animem com essa reparação e garantam seu lugar ao sol, cientes que não será nada fácil.
Torço mesmo para que as revistas brasileiras deixem de parecer publicações europeias (já repararam que editoriais de moda e qualquer propaganda nesse sentido só mostram modelos do sul do país?).
Gostaria demais de me reconhecer numa novela, de não me surpreender por ver um negro ganhando destaque. Da mesma forma que numericamente somos quase metade e a mistura já é a característica da nossa população, deveríamos estar representados em todo veículo de comunicação.

Mas para isso, como já disse Candeia há uns bons anos... é preciso que deixemos de ser reis apenas no Carnaval...ou futebol...