segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PESSOAS...E pessoas.



PESSOAS ...E pessoas.


Diante de mais uma celebridade com câncer - o ex presidente Lula – a mídia fica em polvorosa. A questão é que, por alguma razão, há uma infinidade de pessoas fazendo piada com a doença de Lula. Ok, ele afirmou que a saúde no Brasil é uma maravilha; a gente até sabe que não é... Mas de cadeira posso afirmar que a parte oncológica de pelo menos dois hospitais públicos são sim, muito boas. Mais que isso, tem comprometimento com os pacientes e com suas famílias.
Mas daí a publicarem uma infinidade de piadas grosseiras, é outra história. A pessoa vai ter que se submeter a um procedimento super agressivo, no hospital – continuará recebendo medicamentos pesados durante CINCO dias, pra ter um intervalo de 21 dias. E certamente os cinco últimos dias desses vinte e um serão de morte.
Que você curta “humor negro”, paciência, todo mundo ri em algum momento. Mas a mobilização de ataques ao Lula enquanto portador dessa doença é algo que me surpreende. A última vez que vi tamanha mobilização popular para comentar algo, deve ter sido o resultado de algum reality show.
Quem já viveu essa situação de alguma forma, sabe o quanto a doença debilita (fisica e emocionalmente) o paciente e quem está em volta. Fiquei realmente chocada com a quantidade de piadas com o tema. Certamente menor que o número de pessoas que se mobilizam para uma doação de sangue, por exemplo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mais uma vez... Morbidez, curiosidade, algo que o valha...

       Ultimamente tenho visto menos televisão que de costume. Já não era fanática, mal me ligava em um ou outro filme , desenhos animados e telejornais da madrugada, e olhe lá... Hoje, resolvi ver tevê pra saber das novidades, e novamente me deparo com imagens de cadáver, desta vez do Khadafi...
     E tome formulação de hipóteses, imagens do falecido ainda vivo mas já bem ensanguentado, e close pra comprovar que era mesmo o dito cujo... e replays infinitos, câmeras extras para mostrar outros ângulos... Até que se chega na imagem do Khadafi morto... Um close e tanto, meio que pra confirmar que ele morreu - e tentando dizer "ó, ele tá morto mermo, nem digam q a gente sumiu com o corpo que nem o do Osama".
         Bem, da morte, que é o fato em si, já sabia.  Então, devidamente traumatizada com a morbidez da matéria , desliguei a TV e voltei  a fazer o que eu precisava fazer. É perfeitamente possível dar um panorama da situação da Líbia sem ter que ilustrar a reportagem com a cabeça do finada sobre uma poça de sangue. Quem é que vai analisar o panorama internacional após a morte do Khadafi com aquele close sangrento?
        Não sei quanto a vocês, eu honestamente não consegui.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Resiliência...



Resiliência
1. [Física] Propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação.
2. [Figurado] Capacidade de superar, de recuperar de adversidades.
Vendo a reportagem sobre a morte do pai de Reinaldo Gianechinni, essa foi a primeira palavra que me veio à mente. Neste caso específico...primeiro lidar com a notícia do câncer do pai – o que apesar de nem sempre ser uma sentença de morte, é um baque, sempre. Depois descobrir que ele próprio também está com a mesma doença.
Diante disso tudo, “perder o controle” sobre sua própria vida e ainda conviver com o sofrimento de seus pais é muito. Dos pais, pois ele viu o pai partindo aos poucos, e a mãe se dividindo em duas para assistir aos dois. (Aliás, que situação...sabe Deus o que ela passa.)
E ainda durante esse processo , vendo sua transformação física, ele ainda expõe-se na condição fragilizada, mesmo sabendo que é referência no que diz respeito a beleza, para falar abertamente sobre a doença. Pra completar, o pai cumpriu sua missão neste plano.
É aí que a tal da resiliência entra. A capacidade de não enlouquecer e , quem sabe, ainda sair fortalecido dessa. Vendo a vida de outro jeito... estabelecendo outras metas, revendo prioridades...
Na verdade, quando li a matéria, pensei nele, em mim também... pensei em dois amigos que também passam por desafios simultâneos e terão de saber o que o conceito de resiliência é na prática...
Enfim, manter-se lúcido é muito difícil nessas horas. Seria mesmo mais fácil se encher de remédios e não levantar às vezes; há sim dias em que parece que a gente não tem motivos para isso... Mas é como já escrevi em outra postagem, a gente deve viver bem com o que (e com quem) temos...Porque faltar, sempre falta alguém ou alguma coisa.
E a gente tem que aprender a viver com as ausências. Tal qual os materiais resilientes, recuperar a forma após trauma ou deformação. Talvez não exatamente a antiga forma. Mas a que fará com que a gente continue a viver, com todas as dores e delícias de ser o que é.

Curiosidade, morbidez, entre outras coisas...

         Ontem li no Vírgula que, durante o julgamento do médico de Michael Jackson, foram mostradas fotos do rei do pop morto, já no necrotério. Nem imagino qual seria minha reação ao ver tal imagem. Acredito que o júri deva ter se chcado, independente do estado do corpo.
         Primeiro porque ele deveria ter inúmeras marcas. Segundo porque ver fotos de gente morta é algo chocante por natureza. Terceiro porque a foto era de Michael Jackson, o Rei do Pop... cujas imagens no inconsciente coletivo são em movimento, dançando, cantando...por mais desfigurado que ele estivesse em vida.
          O mais inacreditável é que essas fotos foram parar na imprensa mundial...e por aí circula como se fosse a foto do novo namorado de uma ex-BBB.  Todo mundo sabe que uma foto dessa rende vários mihões de dólares e tal... Mas não é possível que tanta gente assim deva querer ver isso. Eu sei o quanto é horrível você ter a imagem de alguém que você viu em ação tantas vezes, de repente imóvel, num caixão. E sei o quanto eu tive que trabalhar a minha mente pra tirar da cabeça essa imagem.
           Eu acho mesmo que a gente deve ficar com as boas lembranças das pessoas que a gente gosta ou admira. E querer ter essa última imagem , tão mórbida, de alguém que você estima de alguma forma, pra mim é algo doentio.

domingo, 16 de outubro de 2011

Depois de algum tempo...




Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"
William Shakespeare

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

INFÂNCIA ...


INFÂNCIA...

Fico bestificada com esse novo padrão de infância que se instaurou. Essas crianças “desbotadas”, sem marcas, acho que nem conhecem band-aid, tampouco mertiolate. Que aliás, dizem que nem arde mais (já saí da infância há tempos, na minha época ardia à beça...mas a gente nem ligava e corria, subia e caía assim mesmo).
Nem adianta a campanha de sabão em pó dizer que “se sujar faz bem”. O máximo de sujeira que essa geração se permite é um golinho de Nescau que cai na roupa se eles esbarram no teclado ou joystick.
Eu vivi a época dos pés/ braços quebrados, cicatrizes aos montes, e muitas boas histórias pra contar. Hoje o que vejo são crianças com problemas de socialização, com dificuldade extrema de expressar suas ideias (será que elas as tem?) e usando óculos cada vez mais cedo... Prisioneiros do quanrto e das lan houses e achando que o pior que pode acontecer é a falta de luz. Sim, pois sempre conectadas, plugadas, o que fazer quando não há luz????
Nós, a geração “remendada”, inventaríamos logo uma brincadeira... eles, duvido. Devem ter insônia porque não conseguiram passar de fase em determinado jogo. Hoje, somos adultos (somos???) razoavelmente resolvidos, com capacidade de rir dos nossos próprios tombos, levantar numa boa e cair de novo quantas vezes for preciso. Sempre aptos a conhecer novas pessoas, a falar horrores, dar 1001 gargalhadas, exercitar a criatividade, cada qual ao seu modo.
Tenho pena dessa geração. Pois nos desenhos que eu assistia , ainda que o meu predileto seja meio malvadinho, o riso era estimulado. Sempre. Hoje, a agressividade é estimulada. O “desejo de matar” é obrigatório...
Enfim, que venha o Dia das Crianças...e que a gente continue mantendo as que existem dentro da gente, exercitando essa parte alegre e despreocupada sempre que possível...