INFÂNCIA...
Fico
bestificada com esse novo padrão de infância que se instaurou.
Essas crianças “desbotadas”, sem marcas, acho que nem conhecem
band-aid, tampouco mertiolate. Que aliás, dizem que nem arde mais
(já saí da infância há tempos, na minha época ardia à
beça...mas a gente nem ligava e corria, subia e caía assim mesmo).
Nem
adianta a campanha de sabão em pó dizer que “se sujar faz bem”.
O máximo de sujeira que essa geração se permite é um golinho de
Nescau que cai na roupa se eles esbarram no teclado ou joystick.
Eu
vivi a época dos pés/ braços quebrados, cicatrizes aos montes, e
muitas boas histórias pra contar. Hoje o que vejo são crianças com
problemas de socialização, com dificuldade extrema de expressar
suas ideias (será que elas as tem?) e usando óculos cada vez mais
cedo... Prisioneiros do quanrto e das lan houses e achando que o pior
que pode acontecer é a falta de luz. Sim, pois sempre conectadas,
plugadas, o que fazer quando não há luz????
Nós,
a geração “remendada”, inventaríamos logo uma brincadeira...
eles, duvido. Devem ter insônia porque não conseguiram passar de
fase em determinado jogo. Hoje, somos adultos (somos???)
razoavelmente resolvidos, com capacidade de rir dos nossos próprios
tombos, levantar numa boa e cair de novo quantas vezes for preciso.
Sempre aptos a conhecer novas pessoas, a falar horrores, dar 1001
gargalhadas, exercitar a criatividade, cada qual ao seu modo.
Tenho
pena dessa geração. Pois nos desenhos que eu assistia , ainda que o
meu predileto seja meio malvadinho, o riso era estimulado. Sempre.
Hoje, a agressividade é estimulada. O “desejo de matar” é
obrigatório...
Enfim,
que venha o Dia das Crianças...e que a gente continue mantendo as
que existem dentro da gente, exercitando essa parte alegre e
despreocupada sempre que possível...
Alexandra.... Muito bom o seu texto. Essa é a primeira vez de muitas por aqui...
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