domingo, 3 de abril de 2016

Substâncias tóxicas fazem mal... e relacionamentos tóxicos também ... (2)

       O tal marido da Amy Winehouse voltou pra vida dela e desfrutou de tudo o que ele pensava ser o melhor : o controle emocional sobre ela, dinheiro suficiente para comprar a quantidade de drogas que quisesse e da melhor qualidade e o que é pior: com uma certa conivência do pai dela.
          O pai, que saiu de casa quando ela tinha 9 anos mas já demonstrava uma negligência enquanto pai e marido muito antes, viu ressurgir todo o amor pela filha depois da fama. Amor esse que não lhe fez a menor falta enquanto essa mesma filha não era nada além de uma adolescente "comum". A mãe , de acordo com o documentário, parecia não ter superado a separação e a própria Amy, criança, dizia que a mãe deveria ser mais enérgica ... 
         O que importa é que muito da sabotagem da Amy ao próprio talento foi dela mesma. Mas o marido e o pai foram FUNDAMENTAIS nesse processo. Dizendo que a reabilitação não era necessária - como a própria Amy diz em "Rehab", ...and if my daddy says I´m fine...they tried to make me go to rehab, I wont go, go, go... - ou como fez o marido, que tratou de manter (ou potencializar) sua dependência química e emocional.
      Com gente assim por perto, nem precisaria heroína no meio. Esses dois aproveitaram-se do grau de proximidade e de certa forma, impediram que os amigos - sim , ela os tinha e eram de longa data - e até colegas de trabalho salvassem aquele grande talento.
         A gente sabe da "maldição dos 27", sabe que a morte só procura desculpas mas quando vem não tem jeito... mas é um choque saber que duas pessoas que deveriam torcer por você são muito mais perigosas do que qualquer dono de gravadora que quer vender mais e mais não importa em que condições.
        Talvez o pecado de Amy tenha sido reaver esse afeto do pai que não teve em criança. E por conta disso, dessa relação mal construída com a 1a referência masculina, acabou por criar essa dependência do tal Blake.
         No fim, o homem que lhe jurava amor e aquele que deveria zelar por ela desde que nasceu foram as drogas mais pesadas nas quais ela se viciou.

Substâncias tóxicas fazem mal... e relacionamentos tóxicos também ... (1)



Finalmente assisti o documentário sobre a meteórica e triste história de Amy Winehouse. E foram duas horas de soco no estômago.
Primeiro ,pois era daquelas cantoras que, quando ouvi pela 1a vez, pesquisei até achar quem era e não sosseguei até conseguir suas músicas.
Segundo, pois foi um dos shows que eu mais desejei ir mas não rolou (minha mãe estava muito doente e não tinha cabeça pra mais nada). Lembro-me da minha mãe insistir pra que eu fosse; pois era próximo do meu aniversário, e além do mais "ela não duraria muito" . Minha mãe tinha razão.
Mas sobre o doc: a questão central é que desde os primeiros minutos fica muito claro que as drogas foram a desculpa pra morte. Mas não as únicas responsáveis.
Amy se apegou a duas pessoas que tiveram efeito tão ou mais devastador que qualquer droga. Estas duas pessoas, que detonaram sua saúde física, mental e emocional foram ninguém menos que seu pai e seu então marido.
O tal marido tinha sido um namorado a quem ela se apegou como uma tábua de salvação no começo da fama, fez aquele clássico número que muitas conhecem: tinha uma namorada e se relacionava com Amy; terminou com ela alegando que não deixaria a namorada - mas voltou pra Amy quando as benesses da fama apareceram .
Não bastasse , levou drogas para Amy quando ela (finalmente) estava na reabilitação. O que revela que ele não desejava apenas a boa vida, mas queria mantê-la no quadro de desgraça para que ela sequer pensasse que havia outra forma de viver a não ser usando drogas pesadas dia sim, outro também...