Passado
o êxtase de O Voo, eis que Astrid Fontenelle e suas companheiras de
Saia Justa comentam sobre o filme. E o que entra em discussão é
justamente essa questão do dependente achar que tem o controle da
situação.
Quando
eu penso que a coisa vai ficar restrita aos comentários sobre o
filme ou alguém iria ilustrar com a história de outra pessoa, eis
que Barbara Gancia, uma das participantes, se expõe num depoimento
que valeria a pena ouvir por horas.
Ela
relatou o seu passado de alcoolatra. Mas não foi apenas contar uma
situação ocorrida. Foi levantar essa bandeira do quanto é difícil
para o dependente entender que só ele acha que tem o controle.
Relatou, em 1a pessoa, os esquemas mirabolantes que criava para
conseguir comprar bebidas, achando que fazia algo escondido.
Esses
esquemas no fim nada mais eram do que um desperdício de energia e de
tempo, pra tentar passar uma imagem de pessoa controlada – que na
verdade já tinha caído por terra. Aos olhos dos outros e na
prática.
O
mais legal é que não foi sensacionalismo. Ela no comentário sentiu
que nada melhor que a realidade para ilustrar tal situação. E
fez-se o silêncio, apenas para que a verdade de Barbara que se
adequava tão bem ao assunto prevalecesse.
Esse
tipo de exposição é válida. Não pra que “sirva de exemplo”.
Mas para ampliar a discussão mesmo. Pra que alguns sinais que ela
apresentou e passaram batido em casa, talvez liguem o alerta na casa
de alguém.
Enfim,
prestem atenção no filme. E se assistirem ao Saia Justa ou
encontrarem algo de Barbara Gancia por aí, prestem atenção. Vale a
pena, e muito.