Eu
pouco assisto séries mas quando uma consegue me prender, não perco
o foco nem na respiração do figurante. E foi o que aconteceu com
Dupla Identidade.
Não
vou me detalhar na atuação primorosa de Bruno Gagliasso nem no
roteiro e direção impecáveis. Mas o que me prendeu mesmo foi a
personagem de Débora Falabella. Quem já assistiu a série
certamente conhece alguém semelhante. Ou até já viveu algo
parecido.
Mulher
na faixa dos 30, com uma filha de uma relação anterior,
profissionalmente resolvida, sem morar com os pais...até aí vai
tudo muito bem. Mas a questão é que ela conhece aqueles olhos
encantadores de Gagliasso e se encanta instantaneamente.
E
da desconfiança à certeza de que a fada madrinha a abençoou, foi
um pulo. A ponto de ela abrir a vida, a casa pra ele sem se dar conta
de que ele era um completo mistério.
Mas
ela se apega a esse momento “de sorte” de uma tal forma que em
uma semana ela já não sabe mais como seria sua vida sem ele.
Oi??????
Como
assim????
Não
sei se você que lê achou essas linhas absurdas ou se deu um sorriso
maroto tipo “hmmmm, isso já me aconteceu...”. Não importa, mas
se seu sorriso foi maroto quer dizer que você superou.
Agora,
o que me assusta é que a personagem se mete em apuros num grau que a
cegueira tomou conta e ela prefere fingir que não entende a perceber
que seu conto de fadas tá acabando...
Se
isso é amor, não sei. Não sou muito boa pra falar de sentimentos.
Mas nesse caso, o que muitas mulheres chamam de amor sem medida me
parece falta de amor próprio.
Se
apaixonar loucamente não é pecado. Achar que você não é completa
sem alguém que acabou de entrar na sua vida, aí sim...é um
problemão. Pois se você não se ama com qualidades e defeitos, como
vai conseguir mostrar seus encantos a alguém?