Com a proximidade do DIA DAS CRIANÇAS, sempre tem aquele momento, ainda que solitário, de relembrar como foi a sua infância. Pra mim a coisa funcionou diferente... o que me fez refletir foi o significado dessa fase, na prática. E do quão diferente é a infância de hoje.
Pode parecer saudosismo, talvez seja mesmo. Mas as crianças que hoje tem + ou - 3.0 são cheias de marcas. Marcas físicas: joelhos, cotovelos e afins com cicatrizes que incrivelmente, são olhadas com ternura e guardam lembranças de algum dia muito engraçado ou, ao menos , movimentadíssimo. Nossos joelhos são quebrados, tornozelos torcidos ( no meu caso no plural mesmo), a maioria de nós usou gesso quando criança... Mas somos orgulhosos dessas marcas que estes tombos deixaram.
Não só a marca física, mas esses tombos reais foram aprendizado pra nós. A cada queda de bicicleta e patins, a volta por cima e a teimosa até que aprendessemos a andar sobre eles. E essa persistência acompanha-nos ainda hoje, ainda que com algum escândalo em função do remédio ardido da época. Como não tínhamos tamanha tecnologia, não havia a cada dia um brinquedo ou celular diferente, para o desespero dos pais que - a pretexto da nossa inclusão digital de seus filhos - dizem sim a uma enormidade de pedidos.
Passávamos quase que um ano a espera daquele presente tão sonhado. E nem sempre ele vinha no fim de dezembro. Aprendemos a decepção com os atrasos de Papai Noel que, invariavelmente - se redimia no ano seguinte. Nenhum de nós morreu porque deixou de ganhar determinado item. E aprendemos, bem cedo e de forma gradual, a lidar com frustrações.
Os infantes de hoje nem marcas de sol tem, sempre enfurnados em seus quartos ou nas lan houses da vida. Se a infância que eles levam deixar marcas, será tendinite antes dos 30... e a facilidade em se ter tudo, ou quase tudo, cria adultos despreparados para a realidade que é a vida.
Enfim, feliz por ter 20 e onze anos agora... FELIZ DIA DAS CRIANÇAS A VOCÊS...
As crianças de hoje parecem nascer com chip. Daniel, o filho do meu sobrinho, com dois anos já sabia dar zoom nas suas fotos no PC, e agora áos 3 anos e meio já baixa´os seus vídeos preferidos do site da "Mônquina".
ResponderExcluirÉ, eu também sinto saudades dos bolinhos de barro, brincadeira de rua (pular corda, pique-bandeira e outros) Também tive sorte, a minha mãe sempre incentivou a leitura e a as brincadeiras sem brinquedos ( ela nos emprestava sapatos e um casaco vermelho que era o meu sonho de consumo quando virasse adulta) e lá íamos nos transformar em outras pessoas e brincar de teatro, sem nunca ter pisado num.É, ela foi a "culpada" por eu gostar de ler e escrever, por amar as artes( principalmente Literatura). Então, será que não está na hora dos pais se conscientizarem de que eles podem dizer não e oferecer, de vez em quando, um livro em vez de um novo jogo de vídeo-game. Ou então levar a uma peça infantil ( no SESC nem é caro) ao invés de dar uma mesada inteira pra ser gasta na lan-house. Só depende de nós, se queremos gente fria e tecnológica demais,que só sabe o valor do "ter" ou se preferimos gente criativa que entende a importância do "ser". Pais acordem!
Aparecida Brandão
Os pais dão videogames caríssimos achando que este sim, preenche o tempo das crianças. Mal sabem eles o quanto um bom livro pode nos levar a lugares incriveis...reais ou não.
ResponderExcluirNossas viagens ao Sítio do Picapau Amarelo e todas as lendas e seres que lá habitavam estimularam nossa criatividade, ao invés de tornar aptos a atirar cada vez mais em menos tempo. Não somos capazes de lutar, engolir o adversário e cuspir seus ossos como em jogos...
Mas o nosso mundo da imaginação (que não é o da XUxa) nos permite lidar muito melhor com as questões reais.
E com os reais problemas dos seres humanos, por isso somos educadores. Você já imaginou os educadores nascidos no século XXI? Muita tecnologia, mas pouco preparo psicológico e humano. Só nos resta acreditar que ainda existem alguns poucos jovens bem encaminhados. Você já ouviu o ´vídeo que eu postei no orkut, a letra da música "Aos meus heróis" é show de bola, diz tudo o que eu penso, lembrei de você. O menino não tem uma grande voz, mas é agradável de se ouvir e a mensagem é excelente.Ouça, depois me diz se gostou, viu?
ResponderExcluirAparecida Brandão
Amei a reflexão!!!!
ResponderExcluirVou repensar sobre algumas coisas.