No comecinho da adolescência, sempre surgia a dúvida sobre "o que eu seria quando chegasse aos 30". No que eu me transformaria? Pois a gente achava que 30 anos era um portal sem saída - e que uma vez feita a travessia, todas as definições da vida adulta seriam ativadas ou confirmadas em definitivo : vida profissional, vida pessoal, autonomia, convicções ... Mas a esta época, 30 anos parecia uma coisa muito distante. Parecia.
Os 30 chegaram antes que eu me desse conta, e confesso que destoando um bocado do que imaginei lá atrás. Vamos combinar que naquela época, as opções não eram tantas - e muito do que é normal hoje era perfeitamente considerado uma transgressão àquela época.
Costumo dizer que ser uma "filha da transição " é problemático, mas tem seu lado bom. Estamos nesse grupo as que se aproximam dos 30 e dos 40. Viemos da "demolição" do modelo de mãe, mulher e esposa ; e chegamos a um universo sem fim de possibilidades.
Porém... nossa missão é descobrir cada qual o seu caminho, pagando o preço de nossas opções e levando os méritos do que a gente conquista. Ter 30 e não estar casada soa estranho pra muita gente. Não ter casado e não ter filhos aos 30 anos(não necessariamente nessa ordem), ainda espanta. Estamos "em processo", experimentando, nos divertindo e crescendo.
Que preço pagamos? Cada um julga se é pesado demais ou não, conscientes dos nossos novos poderes. Com todas as vantagens e desvantagens.
É isso aí... Antigamente casar era quase obrigatório, mas há vida mesmo sem casamento. O importante é descobrir estas possibilidades, e ainda que de vez em quando, dê uma melancolia do que não vivemos, o legal é seguir em frente e fazer que nem o Zeca: "Deixa a vida me levar, vida leva eu..."
ResponderExcluirMaria da Aparecida