Nono:
uma coisa que denunciava que eu não era dali em alguns momentos foi
o meu desapego aos eletrônicos. No aeroporto, no restaurante de
hotel, eu era a única que utilizava apenas o celular. Dependendo da
situação, nem isso. Lembro-me de estar almoçando em um hotel e ser
a única a não estar conectada de alguma forma. Os outros estavam
com smartphone e laptop... ou smartphone e iPad … Aliás, acho que
92% são usuários de smartphones, é raríssimo ver celulares
básicos por lá.
Décimo
: Dá gosto de ver o orgulho que os nigerianos tem de sua cultura,
seus hábitos, sua história. Mais ainda, eles falam de seu povo
ocupando uma bela posição no futuro. E não acreditando em milagres
do governo. Eles fazem o dever de casa. Tem consciência política.
Décimo
primeiro : achei boa parte da nossa influência africana por lá.
Muitas palavras , algumas coisas da culinária estão presentes na
Nigéria. Especialmente no que diz respeito a comida e vocabulário .
A língua iorubá, presente em muitas canções e na religiosidade
afro- brasileira, vem de lá.
Décimo
segundo : A hospitalidade nigeriana é bem semelhante a brasileira. Mas não fica apenas no “oi, como vai...seja bem vinda”. Mas você se
sente “incluída”, fazem questão da sua participação nas
conversas, e fazem de tudo para que você se sinta confortável. A
ponto de eu, definitivamente, esquecer completamente que eu estava
longe de casa. Talvez porque de certa forma, eu estava mesmo em casa.