quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sobre o Dia da Consciência Negra...

         Por conta de um fim de semana divertidíssimo, confesso que não tive concentração suficiente para postar sobre o tema. 
         Sei que muita gente lembra da questão só no dia 20, sai por aí afirmando sua negritude, reclamando seus direitos, criticando o "sistema", falando sobre opressão, bla-bla-bla, whiskas sachê... Tá bom, mas e no restante do ano?
          Não serei eu a contestar toda a desvantagem histórica que nós negros tivemos no que diz respeito à acesso a cultura, boas condições de vida e tal. Mas isso DEFINITIVAMENTE não pode ser usado como desculpa para acomodação.
         Somos minoria no alto escalão, fato. Mas existimos. E se existimos, é porque alguém decidiu romper o clichê e se esforçou o suficiente pra mostrar que qualquer um pode - independente da cor da sua pele. 
         O que eu quero dizer é que a maioria faz a leitura do 20/11 como um dia para se assumir como negro e comemorar em festas, bailes e afins. Nada contra. Mas a MAIORIA nada faz o restante do ano para mudar a situação do negro no Brasil. Por que é que ainda hoje, fim de 2011, muita gente ainda se choca quando vê um negro num carro de luxo, ou assumindo altos cargos, ou em qualquer outra posição acima da média? Simplesmente porque, apesar de maioria, ainda somos uma parcela ÍNFIMA no que diz respeito à cultura, educação, empresariado, publicidade, televisão... E infelizmente somos MAIORIA ABSOLUTA em favelas e  presídios.
           Precisamos nos conscientizar que, apenas com reclamações, a situação do negro no Brasil não vai mudar - MESMO. 

5 comentários:

  1. E a situação só vai mudar quando cada começar pela sua própria vida, tentando dar uma de "sapinho surdo" e não ligar para estatísticas. O negócio é lutar para melhorar a você a aos que estão próximos. Sempre tento influenciar meus alunos desta maneira.
    Semana passada trabalhei Zé Ninguém do Biquini Cavadão e Mais uma vez do Renato Russo, mostrando a eles que nunca se deve acreditar quando alguém diz que você nunca vai ser alguém. Eu sei que parece pouco, mas é trabalho de formiguinha mesmo este de conscientizar as pessoas. Trabalho numa comunidade carente de muitas coisas, inclusive de cultura, mas tento romper este padrão e ainda ouço esta frase maravilhosa do meu aluno: _Professora, traz Djavan (sinal de que o funk proibidão que ele ouve não é mais sua única opção.)
    Então é acreditar e por as mãos na massa, reclamar ou só festejar não muda nada. Se a maioria dos meus alunos tornarem-se homens honestos, eu já comemoro, mas sei que alguns têm grande potencial e torço muito por eles.
    Não podemos esquecer, para mudar esta situação precisamos primeiro acreditar que podemos e partir pra luta. Abraços
    Aparecida Brandão

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  2. Boa lembrança essa do "sapinho surdo"...A gente passou por esse momento/dilema e estamos aí, não chegamos a Presidência, mas não engrossamos as estatísticas de desemprego, analfabetismo ou algo que o valha.
    Mas acho que muitas vezes, passa pela história da acomodação. Pois tudo na vida são ônus e bônus...e nem todo mundo tá a fim de se mexer, de se jogar na batalha. Confesso que me incomoda muito essa história de celebração do Dia da Consciência (Negra? consciência tem cor?) e na segunda feira seguinte, todo mundo se contentando com um salário que atrasa as contas, mas que permite ser rei com R$ 20 nessas casas de shows que a gente muito ouve falar...

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  3. Esse pais so ira ser O pais quando pararem com essa frescura de poder branco, conciencia negra, etc
    temos que celebrar a conciencia de sermos Brasileiros sermos humanos, e lutarmos por uma patria melhor e mais justa
    Enquanto ficamos dividos os tubaroes estao comendo todo o dinheiro de nossos impostos, ai chega as eleçoes e a primeira coisa que fazem e erguer uma bandeira
    esta na hora de pararmos de sermos varios e nos tornar apenas um, Um gigante acordado e não adormercido

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  4. Alexandra...novamente vc foi muito feliz na sua colocação. Fica fácil usar o discurso do "o sistema é opressor"... dizer que temos um déficit histórico e tal (temos mesmo, claro). Mas não é por isso que teremos de esperar pelo dia que a sociedade perceberá nosso valor por causa dos nossos belos olhos.
    Até pq esse dia não chegará; a não ser que façamos como os negros que conseguiram chegar ao topo. Batalhando. Mostrando que somos capazes e que não é a melanina (ou a falta dela) que torna alguém mais ou menos capaz.

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