Assistindo ao Esquenta de hoje (15/01/2012), vi um cantor (??? ) narrando uma história de amor . Ele negro, ela loira de olho azul. Até aí, problema algum. Mas o que me aborreceu foi o fato da letra ser algo tipo..."Do lado do valão, sou pobre, duas ruas depois de não sei o quê... E ainda quer fazer mais um negrim, vai falar com o VIZIM, pra fazer um aluguel BARATIM... "
A questão é... o problema não é você ser pobre. O problema da letra é o sujeito estar se vangloriando, que os vizinhos vão fazer fila pra olhar a loira de olho azul, que ela vai largar a zona sul, que ela já tem um NEGUIM e quer mais um... O problema é: ISSO TEM FUTURO? Ele acha mesmo que esse "amor de pica" é suficiente? Pior que isso... ele acha mesmo que é bonito isso???? Mais: ele pensa mesmo que com essa filosofia de pobre acomodado ele será aceito pela família dela?
O povo preto tem que entender que não é só pela dança ou através do futebol que negro se destaca. Que se quiserem respeito, que se portem para tanto. Que não fiquem apenas nessa história de potência sexual. Que a gente possa se orgulhar de um sem número de negros em destaque por empreendedorismo, por atuação em causas sociais, ou algo do tipo.
Quando eventualmente a gente não sucumbe ao povo de 1.90m, rotulam a mulher como metida, dizem que a gente nem é isso tudo e que está "se achando". Quem é de se preocupar com estereótipos, é o povo de 17.
Enquanto a "homarada" continuar achando que ser objeto sexual é poder - ainda que exista sim o "amor de pica' - , sem procurar um real valor no mundo competitivo; e que por causa desse "talento" são os reis do mundo; negros continuarão a ocupar o topo nas estatísticas de desemprego, menores salários, mortes por causas violentas, nas cadeias, enfim...
Vergonha alheia, eu senti.
E o pior: o cara estava no mesmo palco que Delegado, este sim, um negro com uma história linda de vida. Homem simples, mas não simplório, tanto que ainda está aí, para nos ensinar com seu exemplo de vida. Noventa e poucos anos de vida,trabalhador e sambista dedicado à sua escola, á sua comunidade. Delegado foi e é o que é, porque não é um deslumbrado com os ricos e artistas que quando querem aparecer em tempo de carnaval vão para as escolas de samba fingir que sambam, ele os trata bem, mas com muita dignidade e educação mostra quem é que realmente merece aplausos no lugar. Na verdade, não prestei muita atenção na música que você falou, mas acho que não perdi muita coisa.
ResponderExcluirAparecida Brandão
Tem coisa que é tão absurda que acaba chamando sua atenção...e foi o caso dessa música. O catiço se acha o pika das galáxias pois a loira vai morar perto do valão por causa dele.
ResponderExcluirTudo bem, ninguém é obrigado a viver em lugares chiquérrimos. Mas ele se encher de orgulho pq a loira será alvo de comentários pq sairá do conforto dela pra viver com um homem que vai pedir pro VIZIM um aluguel bem BARATIM...
Em momento algum da música ele cita q vai arrumar o bangalô, que vai se esforçar pra viver num lugar melhor. Ou que vai procurar outro emprego pra ter mais conforto. Ou ainda que vai estudar pra poder tentar um nível melhor no emprego...
Resumindo:RACHA A MINHA CARA DE VERGONHA...
Puts Ale vc descreveu todos os meus pensamentos sobre essa música... em nenhum momento ele se mostra pronto pra resolver sua vida e levar ela pra um lugar melhor. Td certo morar do lado do valao enfia a loira la se vangloria de ter tirado da favela , aproveita do amor da menina e começa a central de traições... rs.... e a menina vai ficando infeliz ao ver o ambiente diferente ao seu redor. Vai se assustando pq aquilo eh muito diferentes da vida dela...e amor todo vai acabando com tanta coisas a seguir com a falta de dinheiro pro mercado, as saídas dele de todas as sextas pro funk com os amigos... e amor vai acabando... e a qq momento ela vai pegar a mala e voltar pro Leblon pq história de amor com final feliz só acontece em filme da globo!
ResponderExcluirO que me envergonha é que ele acha que só uma parte da anatomia masculina é a responsável pela felicidade de uma mulher. No mais, ela que veja o quão privilegiada é, por ser a "dona" do artigo... Aff.
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