quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O que se ouve... o que eu vi...


Em uma de muitas noites agradáveis que tive na Nigéria, conversava com um senhor a respeito de família, tradições, responsabilidades.

Por lá, o divórcio é muito mal visto. Filhos de pais separados certamente não tem a mesma chance do que aqueles que cresceram em um lar "tradicional". Deixando de lado toda a questão sobre manter um casamento infeliz; uma coisa me chamou a atenção na fala daquele homem: a responsabilidade que os casais daqui tem com os filhos.

Para eles, é importante um filho graduado, bem empregado. E eles dão o melhor de si para isso. Primeiro, pela satisfação do dever cumprido. Segundo, pois acaba comprovando que seus esforços deram resultados - e estes bons resultados acabam por manter o bom nome da família.

Outra coisa muito importante: a gente tem a visão de que toda a África é um amontoado de desnutridos, sem instrução, e que apesar de tudo mantém o hábito de famílias muito numerosas. Eu, que estive do lado de lá, digo que isso está muito longe de descrever ao menos a Nigéria. Que eu me lembre, a terra da criançada criada a base de cheque cidadão e merenda escolar é outra.

Lá educação é coisa levada a sério. Vi negros e mais negros com seus possantes, suas divisas, e com muita experiência de vida. E nem era gravação de clipe de hip hop. O que me encantou muito foi o fato de, ao mesmo tempo que tem sua tradição muito preservada, estão sim procurando se adequar aos novos tempos. Mais que isso, são muitíssimo receptivos.

Ao estilo carioca, dois minutos de conversa e eu já me sentia em casa. Justo eu, que nem gosto de falar,rs (até parece...).

Durante esse "encontro com as raízes" , adorei confrontar o que se ouve do lado de cá, com o que vi por lá...Uma experiência que nem com muitas horas em sala de aula eu poderia obter...




2 comentários:

  1. Sempre que entramos em contato com uma cultura diferente aprendemos muito, isto é fato. E o mais engraçado é que às vezes não precisamos nem ir para fora do país, basta sair dos grandes centros. Por exemplo: tenho muitos primos mineiros. e quando eles chegam aqui, chegam com uma visão totalmente equivocada sobre as mulheres cariocas, vistas quase sempre como periguetes. Além disso, é tbm só sair dos grandes centros para percebemos o quanto ainda se dá valor à família. E quanto ao blosa-família, já discuti muito isto até com outros professores, acho que deveria ser igual ao CR universitário, para ganhar tem que apresentar bons resultados escolares. É como diz Bill Gates: " A escola não prepara para vida", e principalmente a escola brasileira, que dá dinheiro aos pais para escola virar depósito de crianças,sem exigir nada, e a vida definitivamente não é assim. Que bom que através de vc tenhamos outra ideia deste lindo e incompreendido continente.

    Maria da Aparecida

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  2. Verdade. Ainda mais se tratando de Brasil, um país de dimensões continentais. E mais, com tamanha pluralidade cultural. Nos grandes centros as pessoas se apressam em se enquadrar no conceito de "modernidade", e muitas vezes perdem a identidade. E como o povo tem mania de generalizar, os grandes centros tem essa imagem deturpada. Enfim, faz parte.
    Mas ha um pequeno detalhe, não basta apenas ir além (fisicamente), precisamos manter olhos, ouvidos e mente abertos... Para aprender, apreender...

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